Que deputados e senadores gastam verdadeiras fortunas do dinheiro público para se autopromoverem, todo mundo sabe. Com o que eles gastam, também sabemos. O que não se sabe é como eles conseguem distribuir tanto material.
A maior nota fiscal ressarcida na atual legislatura, até o momento, é do ex-deputado Edimilson Rodrigues (Psol-PA) que no dia 18 de dezembro de 2020, dias antes de deixar seu mandato para tomar posse como prefeito de Belém, foi ressarcido em R$ 151,2 mil.
A despesa refere-se à confecção de 50 mil revistas compostas por 20 páginas em papel couchê. O número é 30% maior que a tiragem da Revista Época e duas vezes maior que a da Exame, no ano de 2020.

Com exceção da aquisição de passagens aéreas, promover o próprio mandato representou a maior despesa de Edmilson na atual legislatura, dentre as 23 passíveis de reembolso. Foram R$ 366 mil contra R$ 240 mil com passagens aéreas.
Apesar das pungentes e gratuitas redes sociais e da disponibilidade de criação de sites a preços irrisórios, imprimir papeis sempre foi uma predileção do deputado que não respondeu nossos questionamentos.
Em 2018, quando concorreu à reeleição na Câmara, o psolista mandou confeccionar 85 mil folderes de “divulgação das atividades parlamentares”, sendo 25 mil constantes em nota fiscal emitida em 5/11 e os outros 60 mil duas semanas depois. Custo total de R$ 58 mil.
Entre março de 2015 e dezembro de 2020, o então deputado Edmilson Rodrigues gastou R$ 901 mil para fazer divulgação de seu mandato.