Após rejeitar recurso, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) manteve o processo administrativo disciplinar contra o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol.
O órgão rejeitou nesta terça-feira, 13, recurso apresentado e manteve o processo no qual o membro do MP responde por criticar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em agosto de 2018, Dallagnol criticou a decisão da Segunda Turma do STF de determinar a transferência da colaboração premiada da Odebrecht da Justiça Federal em Curitiba para as justiças Federal e Eleitoral do DF. O material envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
À época, o procurador acusou, em entrevista à rádio CBN, os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski de formarem uma “panelinha a favor da corrupção”.
Em abril deste ano, o plenário do CNMP referendou por maioria a decisão do corregedor Orlando Rochadel de abrir o processo. Contra esse referendo, Deltan apresentou os chamados embargos de declaração para suspender as apurações, recurso negado nesta terça. O caso foi julgado em bloco e não houve discussão entre os conselheiros.
O CNMP também decidiu adiar a análise de um outro caso, movido pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que se refere a críticas disparadas por Deltan ao longo da campanha do político alagoano pela presidência do Senado no ano passado.
O corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Orlando Rochadel, informou, nesta terça-feira, que o Dallagnol, enfrenta 12 pedidos de processo administrativo disciplinar (PADs). As reclamações disciplinares, segundo o Rochadel, irão a plenário quando o ele entender que há provas a serem consideradas.