Conheça os dez deputados que mais gastaram dinheiro público da maldita verba indenizatória na legislatura anterior (2015-2019).
R$ 894 milhões de dinheiro público foram despendidos para que os 513 deputados eleitos e os 110 suplentes que exerceram mandato entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2019 pudessem bancar despesas com locação de aviões, barcos, automóveis, contratação de empresas de consultoria e mais uma extensa lista de despesas que podem ser pagas sem que o contribuinte, necessariamente, fique sabendo.

Na 54ª Legislatura (2011~2015), deputados gastaram juntos R$ 753 milhões da verba indenizatória contra R$ 894 milhões da legislatura passada. São R$ 140 milhões a mais, o suficiente para adquirir 886 ambulâncias ou manter por 1 ano, 3.130 alunos no ensino público fundamental.
Apesar dos valores astronômicos e das relaxadas regras que dão acesso ao milionário fundo, utilizar este generoso recurso financeiro não faz dos deputados listados abaixo, políticos que praticaram ilicitudes.
O cotão
Para usar a verba indenizatória, recurso público destinado ao custeio exclusivo de despesas de mandato, o deputado não precisa sequer apresentar três propostas para comprovar que a aquisição feita por ele é mais a vantajosa, seja pelo menor preço, seja pela melhor qualidade do produto ou serviço.
A única obrigação que o parlamentar tem é a de apresentar a nota fiscal à Câmara e assinar um termo de responsabilidade afirmando que a despesa foi devidamente quitada e que o produto ou serviço entregue.
Fiscalização frouxa
Com a mistura da frouxidão nas fiscalizações e a falta de pessoal para examinar as 20 mil notas, em média, apresentadas por mês para fins de ressarcimento pela CEAP (cota para o exercício da atividade parlamentar), a Câmara é incessantemente interpelada pela OPS (Operação Política Supervisionada) para que explique o motivo de ter ressarcido
indevidamente um parlamentar por despesa que não poderia ter sido paga com dinheiro público.
Recentemente o deputado Wellington Roberto (PR-PB) quitou o parcelamento que fez para devolver ao erário R$ 198 mil indevidamente utilizados no posto de combustível do irmão, o que fez com que a OPS, que exigiu mais esta devolução do dinheiro, alcançasse a marca de R$ 5,95 milhões de dinheiro público economizados.
O levantamento
O levantamento de gastos foi feito utilizando o site da OPS, que é alimentado pelas APIs da Câmara e do Senado, e que mostra que não há economia quando o assunto é gastar o dinheiro público sem licitação.
Como dito acima, está incluso na CEAP (comumente chamada de verba indenizatória) o custo de deslocamento aéreo do parlamentar entre o seu estado e Brasília, o que faz com que parlamentares da região Norte gastem mais com essa despesa devido ao alto custo das passagens aéreas, inflando assim o montante.
Para evitar distorções, a lista abaixo desconsiderou gastos com passagens aéreas, até mesmo aquelas de trechos diferentes de Brasília – estado do deputado – Brasília.
Veja quem são os 10 mais gastões da legislatura passada
10º lugar
Wilson Filho (PTB-PB)
Não se reelegeu
Gastou R$ 1.771.150,54
9º lugar
Cleber Verde (PRB-MA)
Reeleito
Gastou R$ 1.778.980,87
8º lugar
André Abdon (PP-AP)
Reeleito
Gastou R$ 1.786.290,16
7º lugar
Vicentinho Júnior (PR-TO)
Reeleito
Gastou R$ 1.789.979,70
6º lugar
Abel Mesquita Jr. (DEM-RR)
Não se reelegeu
Gastou R$ 1.817.794,02
5º lugar
Josi Nunes (Pros-TO)
Não se reelegeu
Gastou R$ 1.821.182,53
4º lugar
Remídio Monai (PR-RR)
Não se reelegeu
Gastou R$ 1.837.925,26
3º lugar
Jhonatan de Jesus (PRB-RR)
Reeleito
Gastou R$ 1.857.215,77
2º lugar
César Halum (PRB-TO)
Não se reelegeu
Gastou R$ 1.920.228,79
1º lugar
Augusto Coutinho (SD-PE)
Reeleito
Gastou R$ 2.032.185,74