O empresário Eike Batista chegou ao Brasil na manhã desta segunda-feira (30). O voo 973 da American Airlines, que partiu de Nova York, chegou ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, às 9h54 desta segunda-feira (30). Eike se entregou à Polícia Federal, que já aguardava sua chegada no aeroporto. O empresário, que não tem curso superior, foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) onde fez exames de corpo de delito. Logo em seguida, o Eike foi encaminhado ao presídio Ary Franco, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Antes do embarque, Eike afirmou aos jornalistas, ainda no aeroporto de Nova York, que estará à disposição da Justiça e que vai colaborar com as investigações. Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, ele teve seu pedido de prisão expedido na quinta-feira (26) em decorrência da Operação Eficiência, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o empresário teria pago US$ 16,5 milhões em propinas no exterior ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB).
Eike já foi considerado o homem mais rico do Brasil e, em 2012, o sétimo mais rico do mundo pela revista Forbes. Desde quinta-feira (26), após buscas realizadas em sua casa, o empresário era considerado foragido da Justiça.
O nome de Eike Batista apareceu no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Calicute, fase da Lava Jato. A Operação foi baseada em dois acordos de delação premiada que informaram como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro da propina cobrada por Sérgio Cabra durante sua gestão no governo do Rio.
Além disso, Eike foi citado na operação por suspeita de ter repassado R$ 1 milhão ao escritório de advocacia da esposa de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo. Em depoimento espontâneo aos procuradores, o empresário afirmou que o pagamento se refere à prestação de serviço de projeto imobiliário de sua empresa REX, junto com a Caixa Econômica Federal.
A prisão de Eike foi expedida pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, assim como outros nove mandados de prisão, quatro de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão. Todos eles no Rio de Janeiro e no âmbito da Operação Eficiência.